Em um contexto de mudanças climáticas e preocupações com os impactos de possíveis catástrofes naturais no agronegócio, a agricultura de baixo carbono aparece como uma das ações mais promissoras para garantir um desenvolvimento sustentável no Brasil.
Existe um desafio entre garantir a segurança alimentar para toda a população sem gerar impactos negativos no meio ambiente. Porém, ao adotar as melhores práticas nas lavouras, o agro brasileiro pode mitigar os riscos climáticos e garantir resultados duradouros para um setor crucial no PIB nacional e na alimentação global.
Neste artigo, entenda o que é a agricultura de baixo carbono, sua importância, as políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável e como a tecnologia é fundamental para expandir o agronegócio brasileiro. Boa leitura!
O Que É Agricultura de Baixo Carbono
A economia de baixo carbono visa reduzir ou eliminar a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Na agricultura de baixo carbono, a ideia é adotar práticas agrícolas sustentáveis que reduzam as emissões de carbono equivalente, gerando menor impacto ambiental.
No Brasil, a agricultura representa uma parcela considerável das emissões de GEE. De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), a atividade rural foi responsável por 72% das emissões no país em 2019, incluindo agropecuária e desmatamento para outros fins.
A maior parte dessas emissões vem da pecuária (44%), devido à fermentação entérica (arroto de boi). Cerca de 30% das emissões podem ser atribuídas à agricultura. Isso mostra um espaço considerável para diminuir as emissões e tornar a agricultura mais eficiente e sustentável.
Medidas para Reduzir Emissões de GEE na Agricultura
Existem várias práticas e técnicas para reduzir a pegada de carbono da agricultura. Confira as mais utilizadas:
- Plantio Direto e Rotação de Culturas: Melhoram a saúde do solo, reduzem o uso de insumos químicos e ajudam a reter carbono.
- Energias Renováveis: Utilização de fontes renováveis, como solar e eólica, para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. O uso de hidrovias e ferrovias para transporte é mais indicado do que rodovias.
- Gestão de Resíduos: Manejo correto dos resíduos agrícolas e compostagem para evitar a decomposição anaeróbica que produz metano.
- ILPF: Integração entre lavoura, pecuária e florestas para melhorar a qualidade do solo e remover parte das emissões de GEE.
- Conservação das Florestas: Preservação de áreas nativas que atuam como sumidouros de carbono.
- Recuperação das Pastagens: Adubação e práticas de manejo para recuperar solos degradados e aumentar a captura de carbono.
Mudanças Climáticas em Pauta
Em 2015, no Acordo de Paris, o Brasil apresentou sua NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) com metas claras para descarbonização. O país se comprometeu a reduzir as emissões de GEE em 37% até 2025 e 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005.
A agricultura desempenha um papel importante nessas metas. Adotar práticas sustentáveis em larga escala ajuda a reduzir emissões e torna as lavouras mais resilientes e sustentáveis.
Plano ABC e a Descarbonização da Agricultura
Desde 2010, o Brasil tem a agricultura de baixo carbono como política pública através do Plano ABC (Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas Visando à Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura).
O Plano ABC promove ações para reduzir emissões de GEE na agricultura. Estruturado em sete programas, inclui práticas como ILPF e Plantio Direto. Inicialmente, uma linha de crédito de R$ 2 bilhões foi lançada, prometendo até R$ 197 bilhões em dez anos. Entre 2010 e 2019, foram contratados R$ 27,7 bilhões, alcançando as metas, segundo o MAPA.
Recentemente, o programa foi renomeado para Plano ABC+ em 2021 e, em 2023, para RenovAgro. Para o Plano Safra 23/24, o orçamento é de R$ 6,93 bilhões, com juros de 7% ao ano — o menor da agricultura empresarial. O programa incentiva medidas sustentáveis, oferecendo melhores condições de financiamento e aumentando a rentabilidade das lavouras.
Tecnologia: Superando Desafios e Criando Oportunidades
A tecnologia é essencial para a aplicação prática do Plano ABC e para monitorar lavouras participantes. Instituições financeiras que concedem crédito rural precisam garantir que os clientes estejam alinhados com a agenda ESG.
O monitoramento remoto, por meio de imagens de satélite, oferece uma visão ampla das propriedades rurais, garantindo a preservação da vegetação nativa. Big data e análises preditivas acompanham as condições do solo e seu desenvolvimento, beneficiando agricultores e empresas que se relacionam com o agro.
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